Gente que acha que escreve
Eu
ODEIO o Mário Prata com todas as forças do meu ser. Querem saber por que? Leiam a coluna dele na última página do Caderno 2 de hoje, devidamente comentada por esta que vos fala:
Discando e aprendendo
O jovem pega um telefone, celular ou normal e, para fazer uma chamada, não tecla nem digita. Ele disca. E ele disca sem pensar porque a palavra é discar e não teclar ou digitar [logicamente ele não pensa, já que é uma anta lobotomizada]
.
É meio difícil explicar para ele que o telefone veio antes do computador. E, mais complicado ainda que, até há bem pouco tempo, os telefones não tinham dígitos [ele nunca vai entender, é uma anta lobotomizada, mesmo!]
. Tinham um disco. Bem no meio. Onde você discava [uau]
. Era um disco de uns dez centímetros de diâmetro, escandalosamente no meio da coisa. E preto. Depois, surgiram discos de outras cores. Mas o telefone honesto, autêntico, era preto. Assim como as geladeiras eram brancas. As cuecas, também [Ministério das Informações Relevantes - MIR]
.
E aquele disco, meu filho, já dizia o Kledir (ou seria o Kleiton?), tinha dez buracos, onde você enfiava o dedo indicador e... discava [uau]
. Puxava o danado até um ganchinho e depois soltava. E ele fazia brrrrrri [me impressionam as onomatopéias]
. Depois enfiava o dedo noutro buraco [você sabe em que buraco você devia enfiar o seu dedo, não?]
e fazia o mesmo procedimento. A vantagem é que os números de telefone não tinham oito dígitos (ou buracos) mas, no máximo, seis. Alías, em Lins, onde aprendi a discar, quatro buracos eram suficientes. Hoje, para se discar para Nova York, por exemplo, você precisaria enfiar o dedo nada mais nada menos que em 14 buracos. Tinha que se ter uma unha bem aparada no indicador [MIR]
.
Mas não é engraçado? Vão-se os dedos, ficam os dígitos [os dedos foram?]
. É claro que os gordos, de obesos dedos, usavam um lápis para discar. Pensando bem, como cada vez os celulares estão menores, acho que os gordinhos continuam a lapisar, no lugar de discar, ou de teclar, ou de digitar [ele pode afirmar isto com tanta certeza porque entende tudo de partes do corpo cilíndricas e grossas entrando em buracos, principalmente quando o buraco é o dele]
.
O mesmo acontece com a viagem de avião. Você, jovem, ainda não percebeu, mas aquela voz metálica do aeroporto te chama para embarcar [dããã, mas é lógico que eu nunca percebi... sou uma anta lobotomizada!]
. E embarcar, para mim, continua sendo entrar no barco e partir [burro]
. E, desembarcar, sair do barco [imbecil]
. O problema aqui é que, quando inventaram o avião [já ouviu falar em Santos Dumont?]
, não pensaram muito bem em que nome dar para a coisa. Deveria ser barco voador [pois é, ia ser lindo: "minha navegação aérea sai às onze horas, então tenho que correr para não perder o barco voador!"]
. Aí sim, você poderia embarcar. Quase conseguiram, quando chamaram ao engenho de aeronave. Mas logo veio um engraçadinho e chamou o troço de avião, ou seja, uma ave grande? Jamais saberemos [PAN-DAN, PAN-DAN, PAN-DAN!]
.
Até hoje, quando entro na sala de embarque, fico a procurar umas redes de pescar por ali, uns anzóis, umas âncoras [puxa, hein? Você é esperançoso pra dedéu]
. Dos velhos navios que embarcavam antigamente, ficaram apenas os saquinhos para vomitar. E há quanto tempo você não vê alguém vomitando numa aeronave? [Ministério das Perguntas de Extrema Importância - MPEI]
E la nave va [Fellini se revirando no túmulo]
. E quer ver uma coisa mais doida? Você que é profundo conhecedor dos segredos do computador e dos teclados e das internetes [pois é, eu sei tudo sobre as quatro!]
, o que é que faz quando entra no computador? Navega. Pensa bem: estava navegando pela internet. Navegando, cara [uh, como o Mário Prata é maneiro, ele fala "cara"]
? Você é um internauta? Não é preciso explicar o que é nauta, né? [Mas é claro que precisa! Esqueceu-se de que somos antas lobotomizadas?]
Mas a relação mais forte e mais interessante entre esta coisa moderna e revolucionária chamada computador (quando surgiu era conhecido por cérebro eletrônico [MIR]
) é que quando estamos esperando a máquina fazer alguma traquinagem mais demorada, o que é que aparece na tela? Uma ampulheta. Sabe o que é uma ampulheta? [Aaaaantaaaas lobotomizaaaaadaaaasss]
Não é apenas aquele ícone que aparece enquanto o programa está sendo copiado [oh!]
. A ampulheta é o símbolo mais antigo do mundo para designar a passagem de tempo [afinal, relógios de sol eram usados para assar pão]
. Resumindo: dentro do seu computador tem uma ampulheta, a mesma que havia na casa do Sócrates e do Platão [uau, isso deve fazer o meu computador valer uma grana preta]
. Pensava que você era moderno, né? [E você, que pensa que é escritor?]
Agora, quer me irritar, é usar a palavra inicializar [INICIALIZAR INICIALIZAR INICIALIZAR]
. De onde veio isso? Quem foi o idiota que iniciou isso? [que lindo jogo de palavras!]
É o mesmo que escrever encerralizar [ENCERRALIZAR ENCERRALIZAR ENCERRALIZAR]
.
Como ficou demonstrado, o computador é péssimo de português. Ali nada se apaga (que vem de apagador, uma borracha que se passava em cima das palavras escritas com lápis [tsc, tsc, tsc... sem comentários por aqui]
), ali tudo se deleta.
E outro dia ouvi uma garota dizer sobre o namorado: deletei o cara [agora entendo porque ele acha que todos os jovens são antas lobotomizadas... ele convive com gente dessa estirpe]
! Ou seja, nunca mais vai navegar com ele, embarcar num avião e, muito menos, discar o seu celular [a arte de juntar todos os elementos de um texto desconexo numa frase imbecil]
. E, por falar nisso, por que aquilo sem disco se chama celular? [Anta lobotomizada, chama-se celular porque as torres que emitem os sinais só conseguem emiti-los a uma certa distância. Isso cria um raio em que uma torre opera, e este raio é chamado de célula.]
Se algum dia eu escrever algo que se assemelhe minimamente a este texto, por favor, me internem. Como o Mário Prata tem a pachorra de utilizar METADE da última página do Caderno 2 para falar este tipo de coisa? Será que ele se convenceu de que ele é mesmo o máximo? E de que, não importa o tamanho da merda que ele escreva, todos vão amá-lo e venerá-lo?
Eu realmente acho que o Estadão devia deletar o Mário Prata e aquela retrógrada nostálgica puritana chamada Rachel de Queiroz e abrir este espaço para escritores da nova geração...
hee hee.
Anônimo -
15:15