"Luiza, considero que você poderia ter ido muito melhor e se não foi sugiro que se pergunte porquê. Digo isto não pelo resultado em si, que sem dúvida é bom, mas porque talvez lhe falte uma 'pitada' de objetividade e concentração. Pense nisto."
Sabem aquela prova de Química que eu achei que tinha gabaritado? Pois é, tirei sete.
No entanto, acho que este bilhete aí em cima valeu muito mais do que um dez ou coisa que o valha. Essa é uma daquelas coisas que a gente ou não sabe ou não quer ver, mas que quando uma pessoa à qual damos credibilidade nos diz (principalmente de forma tão clara e franca), cai como um tijolo na nossa cabeça.
Caramba, é mais do que óbvio que eu preciso de
objetividade e
concentração. É claro que eu preciso levar em conta que a prolixidade pode ou não ser uma qualidade. Às vezes, mais vale ser objetiva do que dar duzentas mil voltas e explicar todos os pormenores de uma coisa que, na realidade, é simples. Não ser objetiva pode acarretar em deslizes (e foi bem o que aconteceu nesta prova). Depois da correção, fui lá falar com o professor sobre o que ele tinha escrito e, dentre muitas outras coisas assustadoramente óbvias e importantes, ele me disse:
"Enquanto você não for fodona (no melhor sentido da palavra), limite-se a ser objetiva."
Eu vou fazer um quadro com os dizeres acima e pendurá-lo em um local bem visível do meu quarto. Sempre que passar pela frente dele, vou parar e repetir três vezes para mim mesma esta frase, como um mantra. E sempre que alguém me perguntar qual é o meu sonho, eu direi que o maior deles é um dia me tornar fodona (no melhor sentido da palavra); mas que, enquanto isso não acontece, limitar-me-ei a ser objetiva.
Tá, exagerei bastante. Mas vocês entenderam a importância que isso teve, certo?
Só para exemplificar, vejam só como eu viajo para responder às questões:
1. As ligações inter-atômicas são sempre feitas utilizando-se pares de elétrons. Como se entende, no contexto dos modelos atômicos, que isto seja possível se ambas as partículas responsáveis por manter os átomos ligados têm cargas elétricas de mesma natureza (negativas) e, portanto, devem se repelir?
As ligações inter-atômicas só são possíveis entre os pares de elétrons de valência, ou seja, das camadas mais externas, pois não seria possível haver sobreposião de órbitas de elétrons devido à força de repulsão elétrica que haveria entre eles. No entanto, o modelo diz que seria possível realizar ligações inter-atômicas com os elétrons de valência. Isso ocorre porque carga elétrica em movimento (os elétrons, por exemplo) geram campo magnético. Portanto, se os elétrons de dois átomos estão girando em direções opostas, serão gerados dois campos magnéticos de diferentes polaridades. Com isso, os átomos estariam magneticamente atraídos. No entanto, há a força de repulsão elétrica gerada pela carga negativa dos elétrons de ambos os átomos. A ligação só se dá, segundo o modelo, porque a força de repulsão elétrica cresce linearmente, enquanto a força de repulsão magnética cresce exponencialmente* na medida em que os dois átomos se aproximam. A resultante entre elas, portanto, será zero em um dado momento, e neste momento a substância se estabilizaria.
* Estas bolas estão trocadas, é exatamente o contrário. Agora, me digam se não era muito mais inteligente ter acertado isso e explicado um pouco mais resumidamente toda a questão?
Anônimo -
20:39